Thursday, July 20, 2006

Sinopse do roteiro "A Saga do Peão Boiadeiro" – o Herói Anônimo do Sertão.
Roteirista: Celi D’Aniello Ramos
Trabalho registrado na Biblioteca Nacional - 2004

1. Locução
O documentário começa na voz de um locutor em off que apresenta um dado econômico importante: o Brasil é hoje o maior exportador mundial de carne bovina, com um rebanho comercial de 180.000 cabeças. É do Brasil a liderança deste mercado, à frente da Austrália e Estados Unidos. A pecuária brasileira alcançou o mais alto nível de excelência, tornando-se a mais importante do mundo.
1. Vídeo
Durante a fala em off estarão sendo mostradas imagens de grandes rebanhos bovinos. Horizontes feitos de pastagens que se perdem de vista. Em contraponto, Barretos como uma cidade grande, movimentada, rica. Comércio, pessoas, avenidas lotadas.
2. E a cidade brasileira que muito contribuiu para que o país atingisse esse patamar de liderança é Barretos, no interior paulista.
2. Imagens aéreas e terrestres da próspera cidade de Barretos. Um retrato da cidade grande que tem charme de vila do interior. Um clip de imagens mostrará suas indústrias, a rica urbanização, comércio intenso, a agricultura e a pecuária da região.
3 A partir da forte pecuária que se desenvolveu na região, um subproduto, também extremamente bem sucedido, surgiu na cidade projetando-a para todo o mundo: a Festa do Peno de Boiadeiro de Barretos.
3 Imagens do recinto onde são realizadas as festas de rodeio de Barretos. Cenas de apresentações de rodeio com destaque para a imensa massa de pessoas que comparecem à festa. O comércio, os hábitos e o estilo "country" que tomou conta da cidade.
4 Depois desta apresentação, o locutor nos convida a uma viagem no tempo. Neste retrospecto, vamos entender como tudo isso começou. Desde a colonização do noroeste paulista, até os dias atuais.
4 Imagem do campo, onde um boiadeiro usa o berrante para chamar a boiada: este é o link para levar o espectador, através de efeito de computação gráfica, ao século 19. Uma representação dos bandeirantes e suas tropas chegam ao noroeste paulista B procura de terras devolutas.
5 Agora ouvimos as palavras de ordem destes homens que chegam nestas terras e encontram aqui a chance de um recomeço, com o clima e o solo fértil para o cultivo de cana-de-açúcar.
5 A cena mostra os campos cobertos de vegetação, riachos que água limpa e o grupo de homens finca a bandeira em solo paulista, mostrando que ali os novos habitantes se instalarão permanentemente.
6 Uma segunda narrativa interrompe o locutor principal. Trata-se de um ‘matuto" que irá nos trazer as situações vividas pelo peno de boiadeiro em seu dia-a-dia. Da vida sofrida e da poesia que sua atividade fez propagar através de canções, poesias, modas de viola. É um narrador caipira que nos levará por onde passou nosso herói anônimo. Seus amores, suas lutas, a guerra no sertão. O que ele narra a seguir, é uma viagem feita em comitiva para tocar uma pequena boiada. O destino destes homens só será revelado no final.
6 Por efeito de computação gráfica, há uma passagem no tempo e agora um grupo de peões de boiadeiros da época atual tange a boiada... preparam-se para sair em comitiva numa longa viagem. O líder dá as ordens, os peões ocupam suas posições.
7 O locutor em off narra que em 19xx um grande incêndio destruiu tudo que encontrou pela frente na região de Barretos. O vilarejo ficou totalmente arrasado.
7 Efeito em computação gráfica de passagem de tempo De repente, um escravo olha assustado. Há uma grande confusão de barulhos. Animais, gritos de FOGO, barulho do vento. A tela é tomada pelo fogo.
8 Narrador caipira fala sobre a angústia que é ver a mata sendo consumida pelo fogo. ( pesquisa de material )
8 Continuam imagens anteriores...
9 Em seguida ao incêndio, a região ainda sofre com uma forte geada que acabou por ressecar qualquer resquício de vida deixado pelo incêndio. Mas aquilo era um prenúncio da alvorada que estaria por vir. Logo em seguida a natureza se encarregou de recompensar a terra com as perdas sofridas.
9 Imagens que transmitam a aflição de um incêndio incontrolado. Sons atemorizantes; trilha dramática ajuda a pronunciar este clima. Em seguida, o frio, o gelo. Até tudo se acalmar. Vem a chuva, a lavadeira à beira do rio que olha encantada para o milagre que vem do céu. A vegetação renasce. As pessoas se emocionam, comemoram. Os rios começam a fluir novamente.
10 O locutor ressalta que a pecuária no interior paulista nasceu de um capricho da ( modelo de andamento de texto ) Dorme a floresta intocada e verde em pleno sertão paulista... templo dos índios e caboclos audazes, fortes, aventureiros Muitos buscando na natureza achar as pedras e tal riqueza não encontrada. Por isso, o vazio os faz caminhar... De casa em casa, a região unida cresce, formosa é a Vila que dá abrigo aos seus filhos corajosos. O futuro de seus herdeiros está por começar... natureza, porque a chuva fez nascer na região, as melhores pastagens para alimentar o gado vindo da Índia. Narrador fala sobre a bem aventurada chuva que renovou a vida dos campos.
10 Imagens das pastagens.. o gado chegando aos poucos, as famílias surgindo, as casas sendo levantadas...
11 Os ingleses escolhem a região para instalar ali o primeiro frigorífico do país. Isso porque Barretos reunia as condições ideais para a implantação deste projeto: clima favorável, posição geográfica estratégica ( no limiar dos estados de Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás ), além do transporte necessário: Barretos acabara de inaugurar uma linha férrea ligando a cidade ao porto de Santos.
11 A chegada dos empreendedores ingleses. Maquinários sendo descarregados, containeres de equipamentos, a construção da obra. Imagens antigas do frigorífico matadouro. A estrada de ferro (nome). A plataforma da estação; o trajeto do trem, a chegada na estação de Barretos. Vemos fotos antigas de peões e boiadas. As imagens de containers, maquinários, equipamentos, construção da obras podem ser substituídas por fotos antigas, mantendo-se os ruídos de caracterização.
12 Da Índia chegavam os primeiros lotes de gado nelore. Os animais vinham para começar a formar ali um dos maiores rebanhos bovinos do país. Homens gritam, dando ordens para o descarregamento dos animais.
12 Fotos de locomotivas antigas, peões.
13 Narrador fala sobre as situações do trabalho diário do peno de boiadeiro.A lida com o gado, a amizade entre os peões, de uma comitiva.
13 Nova passagem no tempo e agora um grupo de peões de boiadeiros da época atual tange a boiada... preparam-se para sair em comitiva numa longa viagem. O líder dá as ordens, os peões ocupam suas posições.
14 O início do povoado de Barretos foi marcado pela fé. A família Francisco José Barreto, uma das primeiras a se instalar na região, fez uma grande doação de terras para a construção da primeira capela da região para a celebração de rituais cristãos. Desta forma os camponeses não precisavam se deslocar até os grandes centros para celebrar sua religião.
15 A família Barreto está assinando com o padre (na igreja) os termos para a doação de terras para a construção da capela. Os colonos se reúnem para ajudar na construção da igreja de madeira. Após a construção, a comunidade comemora com danças e músicas típicas. Os trajes de festa do caipira.
16 Locutor fala como os boiadeiros enfrentam obstáculos, medos, perdas. e o jogo de resistência sobre o lombo dos animais bravios, o início da história do rodeio. A organização para a tocada da boiada por entre os sertões. Como se preparam para as festas. Como se divertem nas vaquejadas.
16 A comitiva prossegue a viagem. Outros diálogos e situações são mostrados.
17 A fama de Barretos como grande pecuarista atrai para a região centenas de viajantes de todos os lugares do Brasil. Ali se encontravam as manadas dos estados vizinhos. Peno líder da comitiva: ( modelo de andamento de texto ) Eu gosto de chegar de primeiro e pegar o galo no susto. Armar na noite meu cavalo pra passar na cabeça as fileiras de terra que a gente vai atravessar. Sou Josué, e os peões me chamam São Jeju. Sou guieiro de comitiva, guiador do pessoal que vai sair levando os bois. Meu rosto comido é pelo vento, já que a frente da tropa é minha posição por preferência. É assim que eu enxergo antes dos outros. Tá na hora dos peões abotoarem os couros que a boiada tá no curral esperando os homens pra irem lhe puxar o rabo. Os tropeiros tangiam as boiadas arriscando a vida por travessias perigosas até Barretos, o ponto final do corredor boiadeiro do sul do país.
17 Imagens de novos colonos migrando com suas famílias. Pequenos lotes de animais chegando B região, atravessando rios, passando por dificuldades. A emoção da chegada B ‘terra prometida". Podemos representar a cena através de fotos antigas.
18 Narrador conta sobre os grupos de peões que se reúnem ao redor da fogueira para tocar uma moda de viola, música sertaneja de raiz.
18 Numa das paragens, os peões conversam sobre o dia a dia ao som da viola caipira. Os causos. O rico imaginário do caboclo. (material de pesquisa )
19 De 1940/45, Barretos vive o auge da pecuária com a exportação de carne durante a Segunda Guerra Mundial. Neste ponto do roteiro o locutor começa a chamar a atenção do expectador para a importância do peno de boiadeiro no desenvolvimento da pecuária no país.
19 a Ao mesmo tempo em que são mostradas imagens da 2 Guerra Mundial, em Barretos a produção de carne bovina lota os 3 (?) frigoríficos da cidade. Lá estão novamente os boiadeiros, ajudando a trazer o progresso para a cidade.
20 Narrador explica a hierarquia entre os boiadeiros. Fala das disputas internas, a lei do mais forte, as disputas até a morte. Fala também sobre as celebrações...
20 A caminhada da comitiva continua. Surgem situações onde poderemos entender a atuação destes homens.
21 1947. O prefeito Mario Viana Marcondes e Igreja Católica se organizam para realizar o primeiro rodeio beneficente de Barretos para arrecadação de fundos para a Cruzada Paulista contra a tuberculose.
22 Imagens da fachada da prefeitura. Ouve-se o diálogo entre prefeito e padre acertando os detalhes para a realização da festa beneficente.
23 Narrador fala sobre o rico folclore do sertão. As cantigas, a dança catita, que até 1960 era a maior atração das festas na cidade.
23 Imagens dos concursos de catira, dança tradicional no meio rural. Apresentação de grupos regionais.
24 1955. Surgimento do Clube "Os Independentes" – formado por um grupo de jovens solteiros da cidade. O grupo pensava numa forma de arrecadar recursos para a construção de um Hospital para tratamento de Câncer. Os rapazes enxergaram naquela disputa entre peões, a possibilidade daquilo ser transformado em uma grande festa. Uma competição entre os melhores vaqueiros montadores.
24 Imagens da formação do clube. As conversas entre os rapazes. As reuniões no clube. Uma simulação de como foram os planos para a organização da festa. Os preparativos, todo o trabalho. Até a realização do projeto.
25 A motivação dos jovens empreendedores: a construção do hospital do Câncer de Barretos, hoje uma referência nacional.
25 Imagens da construção do hospital.
26 Narrador fala sobre os ‘causos’ .. o Boi Soberano... o do locutor de rádio Pancho, contados por Glaydson Rodrigues – Universal. As princesas. A opinião de boiadeiros de estrada sobre o peno de rodeio. Causo: em 1925, um fazendeiro tomou uma cidade ( Barretos?) protegida por 24 soldados com apenas 12 homens. Fogo Bravo – lenda.
26 Durante a jornada na comitiva, numa noite fria, os peões se reúnem em volta da fogueira e se divertem contando ‘causos’ , tocando viola. Enquanto isso, a boiada descansa tranqüila. 27 1956. Primeira Festa do Peno de Boiadeiro de Barretos.
27 Imagens em preto e branco das primeiras festas do peno de boiadeiro.
28 Depoimento do presidente do Clube "Os Independentes"
29 Narrador fala sobre a dura vida nas comitivas. Suas jornadas conduzindo a boiada em comitiva por 40 km/dia. Viagens podiam ter mais de 600km, como as que começavam em Goiás.
29 Imagens onde os peões são expostos aos perigos da profissão.
30 O peno de boiadeiro foi responsável pela humanização do todo interior dos estados de São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul. O locutor fala da importância destes desbravadores na economia do país.
30 Imagens gerais da comitiva
31 O surgimento do peno de boiadeiro profissional. Os primeiros nomes aparecem.
31 Entrevistas com os peões da época...
32 1972. A Festa do Peno chama a atenção do então presidente Médici, que visita Barretos. Depois dele vieram os presidentes Sarney e Itamar Franco ( confirmar )
32 As noticias da época... a repercussão da visita dos presidentes...
33 Trilha 33 Comitiva se aproxima cada vez mais de Barretos, como se vL nas placas indicativas.
34 1967. Compra da primeira sede – um casarão que hoje é o museu da cidade. Um marco na história da Festa do Peno.
34 Imagens do novo local 35 1970. Barretos ainda vive a efervescência do ciclo do gado. Aqui estão também importantes curtumes do país. Neste ano a Festa muda-se para o Parque do Peno – projeto idealizado pelo Arquiteto Oscar Niemayer.
35 Efeito de passagem de tempo joga a cena para os dias atuais, onde se vL o Parque do Peno.
36 Dias atuais. Acontece uma grande festa do Peno. A arena está lotada. As montarias estão acontecendo. O show empolga o público.
37 Em contraponto, a comitiva chega ao lugar de destino. Enxergam a cidade de longe, estão cansados mas satisfeitos. De lá de longe da cidade ouve-se a voz de um narrador de rodeio. Será a cidade Barretos? Essa é a pergunta que ficará na mente do espectador.